sexta-feira, 11 de setembro de 2009

ESPAÇO-TEMPO E ALÉM

ESPAÇO-TEMPO E ALÉM

Texto escrito originalmente em março de 2004. Lendo hoje em dia, pude perceber que não está tão coerente quanto eu achava que estava na época, mas ainda gosto das possibilidades que esse post levanta (só não tomem isso como uma teoria pseudo-científica, e sim um ensaio filosófico/metafísico).

Lendo o livro Espaço-tempo e além - que trata de relacionar as idéias filosóficas da humanidade com as idéias científicas do nosso tempo, e que com isso procura explicar física quântica de forma descomplicada - me vieram alguns insights que eu gostaria de compartilhar:




Em 1907 o matemático Hermann Minkowski visualizou as idéias de Einstein sobre a relatividade e representou o espaço-tempo como uma figura (acima), que batizou de "cone de luz". Ela mostra um evento isolado ocorrendo num ponto isolado do espaço-tempo. A partir desse evento, se movermos os olhos para cima, na figura, estaremos vendo as consequências futuras desse evento. Se movermos os olhos para baixo, veremos todos os eventos passados que podem ter influenciado o evento em questão (simbolicamente parece muito com a disposição das cartas do Tarot).



Faço aqui um parêntese científico pra explicar um ponto importante na análise dos cones de luz, que diz respeito à questão da causalidade. Sabemos que todo efeito tem uma causa e isso possui uma estrutura temporal que exige que a causa anteceda ao efeito. Você não pode ganhar na loteria e depois então jogar. O princípio da causalidade exige que a causa (jogar) seja realizada antes do efeito (ganhar). Dizemos então que os eventos causalmente relacionados estão dentro do cone de luz na região do futuro. Isso nos diz que um evento, para ocorrer na natureza, precisa ser tipo-tempo. Dito de outra forma, pontos cuja separação são tipo-tempo estão em comunicação. Na imagem acima, os eventos "A" e "B" (em azul) estão causalmente relacionados: veja que o evento "A" ocorre antes do evento "B" na linha temporal. Mas isso não acontece para pontos que são tipo-espaço. Nesse caso o princípio da causalidade é rompido: na região tipo-espaço você pode encontrar dois fenômenos (causa e efeito) ocorrendo no mesmo instante de tempo "t", como mostra a figura acima. Nela os pontos "A" e "B" (em preto), situados sobre o eixo X, ocorrem no mesmo instante de tempo, pois sua coordenada "t" é a mesma. Isso quer dizer que as informações emitidas por "A", por exemplo, atingem "B" instantaneamente (velocidade infinita), violando o princípio relativístico de que a maior velocidade em que uma informação pode ser transportada é a velocidade da luz. Diz-se então que, se dois pontos x e y são separados por um intervalo tipo-espaço nada que acontece em x pode ter qualquer influência causal direta sobre o que acontece em y. É por isso que nossa área de "percepção" (digamos assim) é em forma de cone, porque estamos limitados pelo "cone do tempo".

Aí começa a brincadeira. SE ficar provado que o pensamento viaja mais rápido que a luz, ele poderia (em tese) circundar essa limitação. Esse efeito é chamado de Onda quântica, e para os entusiastas da física quântica (e seus derivados new-age) é o pensamento (a consciência) que influencia o que está fora do cone (algo que está para nós como um "estado de possibilidades") e o "teleporta" pra dentro, para o que chamamos de "realidade".

Só que o inverso também pode ser verdadeiro. Imagine que não foi seu pensamento que "trouxe" o evento pra cá, mas sim você (e toda a sua realidade) que se deslocou nessa malha para o lugar onde o evento de fato JÁ É realidade (a conexão entre o ato de conhecer um evento e o próprio evento é muito, muito íntima. Então é como se as coisas que SÃO nunca deixaram de ser, e se achamos que elas mudam, na verdade somos NÓS que estamos nos mudando). Seria como uma mudança de percepção.

Dois monges discutiam a respeito da bandeira do templo, que tremulava ao vento. Um deles disse:
- A bandeira que se move.
O outro disse:
- É o vento que se move.
Trocaram ideias e não conseguiam chegar a um acordo. Então Hui-neng, o sexto patriarca, disse:
- Não é a bandeira que se move. Não é o vento que se move. É a mente dos senhores que se move.
Os dois monges ficaram perplexos.
(Koan Zen-Budista)
Então estamos mudando de universo constantemente?

Bem, pelo menos essa é a tese de Everett sobre universos paralelos, onde ele (Everett) decidiu interpretar a onda quântica não como um indicador de probabilidade de alguma coisa ocorrer, mas um indicador do que realmente ocorre. Ou seja, quando você joga uma moeda, em uma realidade ela cai com a cara virada pra cima, em outra com a coroa, e você existe em ambos os universos simultaneamente!




Então, se o pensamento/consciência pode se comunicar com essas outras possibilidades, isso explica os insights, as premonições, as sincronicidades. A pessoa estaria acessando coisas FORA do seu cone. Os espíritos podem então ser consciências que estão deslocadas desse eixo imaginário de eventos no tempo e no espaço, e com essa facilidade alguns poderiam ter acesso aos possíveis eventos passados que ocorreram (ou não) para a concretização da sua realidade atual, e também os possíveis eventos futuros.



A realidade "ordinária" que percebemos não é um universo único, e sim a harmonia de fases dos movimentos através de um número indefinido de universos. Você está surfando por múltiplos universos, e cada um deles (representado pela lâmina do desenho acima) é uma realidade com um número infinito de possibilidades (todas as coisas são possíveis, mas algumas são mais prováveis). Mas não percebemos a transição (do mesmo jeito que você não sente que está rodando junto com a Terra), afinal, sua consciência está sempre em UM ponto, que é sua realidade atual, o AQUI e AGORA.



Imagine esses cones como latas numa prateleira de supermercado. Podemos ver a fileira de latas da frente, mas apenas deduzir que há muitas outras por trás. Todos os que estão na mesma fileira (dimensão) e prateleira (eixo/frequência) estarão compartilhando a mesma ilusão de realidade (por isso não vemos fulano aparecendo e reaparecendo a cada vez que ele faz uma escolha). As fileiras de trás são como uma outra dimensão (no caso, seria a profundidade). Ao morrer (ou dormir, no caso da viagem astral ou sonhos premonitórios) estaríamos jogando nosso foco de consciência para a realidade de outras profundidades.

SITE: http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2009/08/espacotempo_e_a.html

SITE: http://www.on.br/site_edu_dist_2008/site/conteudo/modulo5/4-conceito-espaco-tempo/espaco-tempo.html

2 comentários:

LY disse...

estou passando aqui no teu espaço essa semana toda esta tudo muito bem feito muito interessante como sempre parabens bjossssssss te adoro

Irair de Jesus disse...

Gostei muito do texto, estou procurando o livro para lê-lo também. Eu tenho uma percepção de inúmeros eventos acontecerem simultâneamente no espaço gerados pela sincronicidade de pensamentos.Como dizia o pensador: Um sonho sonhado por um é apenas um sonho, um sonho sonhador por mais de um vira realidade!"
Grande abraço e parabéns pelo blog!