domingo, 29 de março de 2009

RESOLVIDO O MISTÉRIO DO CICLO SOLAR?

RESOLVIDO O MISTÉRIO DO CICLO SOLAR?



O Sol é um corpo dinâmico que atravessa ciclicamente, com um período deaproximadamente 11 anos, momentos de intensa actividade e outros de algumatranquilidade. Os ciclos de actividade mais intensa são caracterizados portempestades solares. Estas tempestades têm origem quando os campos magnéticoscomplexos do Sol, gerados pelo plasma (gás electricamente carregado) emconstante movimento, se deformam libertando grandes quantidades de energia soba forma de plumas solares ou ejecção de massa da coroa - a camada mais exteriorda atmosfera solar. Esta actividade solar violenta, geralmente ocorre perto daschamadas "manchas negras", regiões mais escuras da "superfície" solaroriginadas pela concentração elevada de campos magnéticos.

Para ver uma imagem das "manchas negras" solares, consulte:

http://www.oal.ul.pt/astronovas/estrelas/smag1.jpg



Para ver um video de uma pluma solar, consulte:

http://www.oal.ul.pt/astronovas/estrelas/smag2.mpg

A compreensão da dinâmica do plasma no interior do Sol é essencial para sepoder realizar previsões acerca dos ciclos de actividade deste astro. Previsõesdetalhadas e correctas dos ciclos do Sol poderão ajudar na prevenção eminimização dos efeitos nefastos das tempestades solares. Quando ocorre um picode máxima actividade do Sol quase todos os aparelhos electrónicos são
ficam danificadas. Um satélite em órbita é guiado por um complexo sistemaelectrónico que o mantem no espaço e numa determinada trajectória. Com umatempestade solar intensa, o satélite perderia o seu sistema de orientação assimcomo a sua funcionalidade.

Os cientistas sabiam que, de uma forma geral, as correntes de plasma nointerior do Sol transportam, concentram e auxiliam na dissipação de camposmagnéticos. No entanto, os detalhes da dinâmica destas correntes eraminsuficientes para se poderem realizar previsões precisas dos ciclos deactividade solar.

Uma nova técnica, designada por "heliosismologia" permitiu aos cientistasobservar o interior do Sol revelando assim alguns detalhes que vieram auxiliarna compreensão dos fluxos de plasma. A heliosismologia usa o facto de ondas desom serem reflectidas no interior do Sol originando assim uma imagem. Esteprocesso é semelhante às ecografias realizadas ao interior do corpo humano, eque nos permite ver por exemplo um bebé antes de este ter nascido.

Com o auxílio desta técnica, foi possível observar que existem dois grandesfluxos de plasma que governam os ciclos solares. O primeiro actua como umtapete rolante de transporte, fazendo com que bem abaixo da "superfície" osfluxos de plasma fluam dos pólos para o equador. No equador, o plasma vem à"superfície" e é transportado de novo para os pólos onde se volta a afundar ese repete o ciclo.

O segundo ciclo actua produzindo um enrolamento. A "superfície" do Sol possuiuma rotação mais rápida no equador do que perto dos pólos. Como o campomagnético solar atravessa o equador de pólo a pólo, este acaba por ficar"entrelaçado" repetitivamente em torno do equador devido à elevada velocidadede rotação nesse local. É este fenómeno que concentra periódicamente o campo magnético solar, levando assim a picos na actividade do astro rei..

Medições precisas de heliosismologia do primeiro grande fluxo, realizadas com oauxílio de um instrumento a bordo do observatório solar SOHO, permitiram saberque são necessários dois ciclos para "encher" com o campo magnético metade do"tapete rolante", e mais dois ciclos para encher por completo a outra metade.Devido a este facto, e como o Sol possui ciclos de aproximadamente 11 anos, opróximo ciclo solar depende das características de há 40 anos - o Sol possuiuma memória magnética.

A equipa responsável por este estudo, com auxílio de análises computacionais ede dados observacionais recolhidos nos últimos 80 anos, concluiu que o Solencontra-se num período de tranquilidade para o ciclo corrente (ciclo 23). Noentanto, existe a previsão de que a acompanhar o início do próximo ciclo (24),estará um aumento na actividade solar prevista para finais de 2007, inícios de2008. A equipa acredita que este aumento de actividade será caracterizado pormais 30 a 50% de manchas solares, plumas e ejecções de massa. Os métodosanteriores previam que este aumento de actividade ocorresse um ano mais tarde.

Apesar deste modelo concordar com observações efectuadas, existem no entantooutros modelos que prevêm uma actividade solar baixa, não tendo sido possívelainda chegar a um consenso definitivo.

Para ver uma montagem que mostra a variação da actividade solar durante o ciclode 11 anos, consulte:

http://www.oal.ul.pt/astronovas/estrelas/smag3.jpg



Espera-se que este estudo seja aprofundado através de observações em detalheque se espera realizar com o lançamento do Observatório de Dinâmica Solar, emAgosto de 2008.

Fonte: ASTRONOVAS

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